Durante a campanha eleitoral, o governador conseguiu liberar as contas pessoais para a campanha vitoriosa pela reeleição. Em 5 de dezembro, o ministro levou ao plenário outro pedido de Reinaldo para usar as contas conjuntas com a esposa, Fátima Alves de Souza e

Silva. O magistrado tinha concedido a autorização para não prejudicar a sua reeleição, mas a decisão da Corte Especial não foi divulgada porque o processo tramita em sigilo.

Nesta sexta-feira, o STJ publicou que a Corte Especial vai analisar outro agravo regimental do governador, assinado pelos advogados Cleber Lopes de Oliveira e Marcel André Versiani Cardoso.

Outro escândalo rumoroso, que coincidentemente também marcou a campanha eleitoral de 2010, quando André Puccinelli (MDB) foi reeleito, foi pautado para o próximo dia 14.

O ministro Raul Araújo pautou o inquérito 704/2010, que apura o suposto “Mensalão Pantaneiro”. Em vídeo gravado pelo jornalista Leandro Passaia, então secretário de Comunicação de Dourados, Ary Rigo dizia que a Assembleia Legislativa pagava R$ 2 milhões a André Puccinelli, R$ 6 milhões aos deputados estaduais, R$ 900 mil aos desembargadores do Tribunal de Justiça e R$ 300 mil ao então chefe do Ministério Público Estadual, Miguel Vieira da Silva.

O inquérito foi encaminhado ao STJ porque o governador e os desembargadores possuem foro especial. Desde então, o processo contou com quebra de sigilo bancário e fiscal dos acusados. No entanto, a tramitação é morosa e caminha para completar nove anos.

Na época do escândalo, Rigo, que ocupava o cargo de primeiro secretário do legislativo, disse que se tratava de bravata e não correspondia a verdade dos fatos. Puccinelli também negou, mas foi à Justiça contra a quebra do sigilo da Assembleia pela Justiça Estadual.

A Corte Especial poderá transformar o inquérito em denúncia, o que daria prosseguimento para punir eventuais beneficiários do suposto mensalão, ou arquivar o caso. É outro escândalo que corre em sigilo apesar de envolver dinheiro público, que custa caro ao contribuinte.

Os julgamentos vão coincidir com o fim do Carnaval e fazer jus ao ditado popular de que as coisas só andam no Brasil depois da tradicional folia de início de ano.