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Sem dialogar com Enfermagem, prefeitura monta barricada para impedir acampamento

Correio do Estado

Profissionais da Enfermagem de Campo Grande entraram em greve, por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (27).

A paralisação já havia sido anunciada com antecedência, conforme determina lei, e, nesta segunda-feira (27), o Paço Municipal amanheceu com barricada de cavaletes e vários agentes da Guarda Municipal em frente ao prédio, para evitar possíveis acampamentos da categoria.

Profissionais da Enfermagem iniciaram greve por tempo indeterminado - Foto: Cauê Reis / Correio do Estado
Profissionais da Enfermagem iniciaram greve por tempo indeterminado – Foto: Cauê Reis / Correio do Estado

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem da Capital (Sinte/PMCG), a paralisação é devido ao descumprimento de lei que garante o pagamento de insalubridade e o plano de cargos e carreiras por parte da gestão municipal.

Ainda segundo o sindicato, várias tentativas de acordo foram feitas com a prefeitura e o prazo previsto para a ocorrência dos reposicionamentos e enquadramentos terminou em 31 de dezembro de 2022, sem que fosse cumprido o plano de carreira.

O presidente do Sinte-PMCG, Ângelo Macedo, afirmou que 30% dos profissionais continuam trabalhando para atender as chamadas alas vermelha e amarela.

“As unidades básicas de saúde nenhuma vai funcionar, não vai haver atendimento nenhum pela equipe de enfermagem nessas unidades. E a urgência e emergência, que são os CRS [Centros Reginais de Saúde], irão trabalhar com RH que é deficitário”, explicou.

Macedo disse também que a greve é o instrumento que a categoria encontrou para fazer a lei, pois a prefeita Adriane Lopes (Patriota) “não deu outra alternativa”.

“Enquanto não tiver uma negociação, uma posição, enquanto a Adriane Lopes não nos der o nosso plano de cargo de carreira, que é uma lei de 2020, o movimento de greve não vai cessar”, afirmou.

Ele criticou ainda o fato da prefeita alegar que está no limite prudencial para não aplicar a lei.

“Ela é prefeitam quando o Marquinhos [Trad] estava como prefeito ela era vice e mais de uma vez disse que trabalhou todo o programa de governo dele, então não tem motivos para ficar nessa inércia. Ou é má vontade política. Não tem dinheiro, mas basta você rodar as unidades de saúde e ver quanto cargo de Proinc e cargo comissionado tem nessas unidades”, criticou.

Mesmo com a barricada e o efetivo de guardas, os profissionais da Enfermagem prometem acampar no canteiro central da Afonso Pena, em frente ao Paço Municipal.

O gerente operacional da Guarda Civil Metropolitana, Alexandre Pedroso, disse que a equipe foi mobilizada com plantões 24 horas para garantir a segurança do patrimônio e evitar que ocorram acidentes.

“Nós temos aqui 17 [guardas] que são servidores daqui e tem mais as equipes complementares que são seis viaturas, são as equipes de trânsito e as equipes de apoio”, explicou.

Até o fim desta manhã, a prefeita não desceu para conversar com a categoria.

Na semana passada, ela disse que a greve é um direito e que trabalharia buscando consenso.

Greve

Durante o período de greve, ficam paralisadas todas as atividades eletivas, como:

  • vacinação
  • acolhimento com classificação de risco
  • aferição de sinais vitais para consultas eletivas
  • realização de curativos
  • troca de sondas e outros procedimentos
  • troca de receitas
  • coleta de materiais para exames de qualquer natureza
  • notificação de doenças e agravos
  • atividades administrativas de qualquer natureza
  • visitas domiciliares
  • outras atividades que não caracterizem urgência e emergência

Em situações de risco à vida, a equipe de enfermagem, que estará presente na unidade, deverá prestar os atendimentos necessários.

Um profissional também ficará na unidade e, a cada 30 minutos, informará os pacientes que aguardam no saguão ou recepção sobre o movimento grevista e os motivos.

Faixas informativas sobre a greve foram afixadas na frente de todas as unidades de saúde.