A Polícia Civil de São Gabriel do Oeste prendeu em flagrante na tarde desta quinta-feira (24), três integrantes de uma organização criminosa especialista em aplicar golpes de estelionato, através da falsificação de documentos pessoais de pensionistas do INSS e servidores públicos para a realização de empréstimos consignados, geralmente tendo acesso a toda a margem das vítimas, efetuando o saque e desaparecendo.
De acordo com o delegado Fábio Magalhães da Silva, responsável pelo caso, o grupo teria tentado aplicar o golpe na quarta-feira (23), quando se dirigiram até a agência da Caixa Econômica em São Gabriel com a falsa documentação para solicitar o empréstimo consignado, tendo acesso ao comprovante de rendimento da vítima, não conseguindo efetuar o processo na oportunidade, quando o atendente da agência desconfiou da operação, solicitando o gerente da unidade que então acionou a polícia para informar a suspeita do golpe.
Já na data de ontem, quando o grupo retornou a agência para tentar novamente o processo de empréstimo, investigadores da polícia civil a paisana já estavam na unidade se passando por clientes do banco, a fim de acompanhar a ação de uma das autoras, que acabou sendo presa em flagrante após entregar a documentação falsa ao atendente.
Foram autuados em flagrante, Abadia Ferreira Gomes, de 59 anos, por associação criminosa e uso de documento falso, Joilson Alves Barbosa, de 26 anos, por associação criminosa e falsificação de documento público e João Batista Mendes de Andrade, de 28 anos, por associação criminosa.
De acordo com o delegado, a princípio Abadia não informou que estava com mais comparsas, confessando posteriormente quando tentou despistar os policiais informando que os mesmos estavam em um veículo Gol prata, porém os suspeitos foram localizados e abordados em um Ford Fiesta preto, sendo identificados como integrantes do grupo e encaminhados até a Delegacia de Polícia, onde foram autuados em flagrante.
Para João foi arbitrada multa no valor de R$ 1 mil, sendo o mesmo liberado mediante ao pagamento, devendo responder ao crime de associação em liberdade. Já Abadia foi encaminhada ao presídio feminino do município e Joilson segue preso na Delegacia de Polícia, ambos aguardando pela Audiência de Custódia.
De acordo com o delegado Fábio, o mesmo golpe que o grupo estaria tentando aplicar no município já havia sido aplicado em duas agências de Campo Grande, onde os autores obtiveram empréstimos no valor de R$ 30 mil em cada agência, totalizando um lucro total de R$ 60 mil com a aplicação dos golpes. As vítimas que já haviam registrado Boletim de Ocorrência, já foram identificadas pela polícia.
Já em São Gabriel do Oeste, o valor pretendido com o empréstimo seria de R$ 40 mil e a vítima se tratava de uma servidora pública moradora da cidade de Dourados.
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Golpe
Foi constatado durante as investigações, que Joilson é o responsável pela falsificação dos documentos que posteriormente eram repassados para Abadia, que seria a pessoa responsável por ir até as agências e solicitar os empréstimos. Em sua posse, os policiais encontraram papéis e branco que ela usava para decorar dados das vítimas e treinar a assinatura dos mesmos.
As vítimas do golpe geralmente são mulheres que têm seus documentos falsificados com dados da golpista, que por não apresentar perfil de criminosa, não levantava suspeita durante a ação.
Fábio acredita ter mais pessoas envolvidas no crime, não sabendo especificar ao certo como os golpistas selecionam suas vítimas, apenas que eles têm acesso as informações dos mesmos, que geralmente são de cidades diferentes de onde o golpe é aplicado, a fim de dificultar a descoberta da ação.
O delegado acredita que o grupo tenha praticado ainda mais golpes com diversas outras vítimas, destacando a dificuldade das investigações em razão do modo como o grupo agia e o tempo que leva até as vítimas descobrirem que caíram no golpe, geralmente constatando apenas quando vão acessar seu holerite e percebem o desconto do empréstimo.
Passagens policiais
Dos autores, ambos residentes em Campo Grande, Abadia, que informou a polícia ser professora de Geografia de Ensino Fundamental em uma escola na capital, já possui passagem policial por tráfico de drogas e Joilson já foi investigado no ano passado por ter sido encontrado em sua residência diversos documentos falsificados e para serem falsificados, confessando que comprava os documentos de usuários de drogas que faziam furtos na cidade e os utilizava para inserir dados falsos.
