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Deputados apelam a Bolsonaro, mas não escapam da fúria do eleitor pelo fundão de R$ 5,7 bi

Os cinco parlamentares de Mato Grosso do Sul estão enfrentando a fúria dos eleitores por terem aprovado o aumento de 185% no Fundo Eleitoral, que deve passar de R$ 2,034 bilhões para R$ 5,7 bilhões em 2022. Eles estão apelando ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que culpou o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL), pela manobra, e saiu em defesa dos deputados e senadores fieis, que aprovaram o novo fundão em plena crise causada pela pandemia.

De Mato Grosso do Sul, a proposta teve os votos favoráveis de Beto Pereira, Bia Cavassa e Rose Modesto, do PSDB, e de Dr. Luiz Ovando (PSL), e do senador Nelsinho Trad (PSD). A tábua de salvação da turma é de que aprovaram a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2022, mas não o fundão para a campanha eleitoral de 2022. Só esqueceram de explicar que rejeitaram destacar a votação do fundão exatamente para ter uma explicação para os ingênuos eleitores.

“A declaração do presidente em defesa da sua base, que votou pela LDO e não pelo aumento do fundão, é digna dos grandes líderes. Além do mais, sinalizou que não aceitará que o país destine R$ 6 bilhões para serem gastos na campanha de 2022. Bela atitude do @jairbolsonaro”, postou Ovando, em maus lençóis com os próprios eleitores bolsonaristas. “Parabéns, presidente, por defender o posicionamento da sua base no Congresso, que se manifestou contrária ao aumento do fundo eleitoral”, repetiu o deputado que é contra, mas votou a favor.

“Mesmo com a soma dos votos dos cinco partidos,88 deputados, ainda seriam necessários mais 169 votos para a aprovação do destaque para retirar das regras do Orçamento a previsão de um cálculo para o financiamento de campanha. Sou totalmente contrário ao uso de dinheiro público para financiamento de campanhas, acredito que esse dinheiro tenha que ser usado na saúde, educação e para projetos que tragam melhorias à população. Perdemos a batalha, não a guerra. Vamos lutar para que a questão do fundo eleitoral não prospere”, seguiu o deputado, que conseguiu convencer uma minoria.

A maior parte dos seguidores detonou Ovando nas redes sociais. “Esses políticos têm cada desculpa… Assume logo que votou SIM… Estão achando que somos (emojis de palhaços)”, reagiu um . “Ladrões do dinheiro público”, classificou outro. “Vocês não serão eleitos”, prometeu outro, tentando quebrar a tradição de que o eleitor brasileiro tem memória curta e lembrar-se da lambança em 2022.

“É uma vergonha, com tantos desamparados, sem trabalhos, passando fome estes abutres atacando na calada!”, reagiu outro, furioso. “Deputado, como seu eleitor exijo que se explique sobre o fato da divulgação do seu voto a favor do Fundão, embora diga que não….”, cobrou um terceiro. “Vergonhoso… Pode isso…”, questionou outro internauta.

“É Absurdo para não dizer criminoso estes gastos com fundo partidário e eleitoral, estes gastos mais parecem assaltos sistêmico aos cofres público”, emendou um terceiro. “Chega de irresponsabilidade na gestão dos recursos público, chega de prevaricar com a corrupção, chega de privilégios”, postou. “Rato imundo”, xingou um mais indignado.

A deputada Rose Modesto, que está em campanha para ser candidata por outro partido em 2022, gravou vídeo para minimizar o estrago. Sem sucesso, seguidores da tucana também passaram espalhar o vídeo de Bolsonaro explicando para os fieis seguidores que é contra o aumento do Fundão, mas que houve uma armadilha para incluí-lo na votação da LDO.

“Até você deputada!!! Morde e assopra!!!”, reagiu um internauta. “É o medo das urnas. Sempre acreditam que o povo que vota é imbecil”, avaliou outro a manifestação de Rose, de que é contra o fundão de R$ 5,7 bilhões, mas votou a favor porque não poderia prejudicar o Brasil por causa da LDO.

“Votou a favor, agora já era. Os parlamentares deveriam ter mais responsabilidade e compromisso com o povo e à nação brasileira”, reagiu um eleitor. “A grande maiorias dos seus eleitores não sabem o que essas figuras fazem no parlamento, quase todos enganam seus eleitores com promessas que nunca chegam a cumprir. O Brasil está mal de políticos e também de maus eleitores, só educação poderá varrer essas figuras do cenários políticos”, defendeu outro.

“Como confiar ?!..Fala uma coisa e faz outra”, avaliou uma pessoa. “Tem besta que acredita nesse discurso”, pontuou outro, ao avaliar os comentários de alguns eleitores repetindo o mantra de que a deputada votou a favor da LDO e não do Fundão. “Eles pensam que o povo é burro. Ano que vem tem eleição”, prometeu outro.

“Seja corajosa e vai a mídia e confesse seu erro”, afirmou outro, cobrando sinceridade e honestidade de Rose. “Hipocrisia!! Melhor assumi que votou do que passar como mentirosa, quem fala a verdade não merece castigo já quem mente já perde confiança”, lamentou outro. “As aparências enganam parecia nos representar, so que não!!!”, destacou outro. “Tá igual a gangue do Bolsonaro votaram mas são contra kkkk”, reagiu um crítico.

Para complicar ainda mais a situação de Dr. Luiz Ovando, o site O Antagonista divulgou, nesta segunda-feira (19), que a assessoria do PSL divulgou um alerta de que a LDO incluiu a votação do fundão e ameaçava a proposta de Bolsonaro de instituir o voto impresso em 2022.

“O Relator acrescentou algumas mudanças pontuais que não alteram a essência da proposta enviada pelo Governo, à exceção da ampliação dos recursos destinados ao FEFC (Fundo Eleitoral de Financiamento de Campanhas) que quase o triplicou, saindo de cerca de 2 bilhões para 6 bilhões. Os recursos necessários seriam retirados da dotação da Justiça Eleitoral, o que praticamente inviabilizaria a pretensão de termos votos auditáveis no ano que vem”, destacou a assessoria do partido de Dr. Luiz Ovando.

De acordo com O Antagonista, o partido Novo pediu destaque para a votação do fundão, mas o PSL, que tinha votos e condições de garantir o destaque, não se manifestou. Apenas o PSOL, Podemos, PV e Cidadania corroboraram com o pedido para tirar o fundo eleitoral da LDO.

Rose, Ovando, Bia e Beto poderia ter votado contra a LDO para forçar o Governo a propor um acordo para garantir a aprovação do projeto sem o fundão. Não só sabiam do jabuti, que pode custar R$ 5,7 bilhões aos cofres públicos enquanto muitos passam fome e estão sofrendo por falta de emprego, como foram a favor. Agora, cada eleitor é livre para acreditar em quem quiser, só não pode dizer que não ficou sabendo.

No primeiro mandato de deputados federais, Rose e Beto aprovaram novo fundão, que garantirá quase R$ 6 bilhões em 2022, quando vão disputar nova eleição (Foto: Arquivo)