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CPI para apurar fraudes nas contas de energia está parada há um ano por liminar do TJMS

A Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar fraudes nas contas de energia está com os trabalhos suspensos há um ano por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O desembargador João Maria Lós concedeu a liminar para impedir a perícia nos medidores de luz no dia 19 de março do ano passado.

João Maria Lós suspendeu perícia nos medidores de energia, determinada pela CPI da Energisa, no dia 19 de março de 2020 (Foto: Arquivo)

Apesar de parecer do Ministério Público Estadual contra o pedido da concessionária e de agravo interno da Assembleia Legislativo, a ação está parada no gabinete do relator desde 7 de julho de 2020. O processo aguarda manifestação do magistrado há oito meses, apesar dos apelos feitos pelos deputados estaduais Felipe Orro (PSDB) e Capitão Contar (PSL), respectivamente, presidente e relator da comissão.

A CPI foi criada após uma avalanche de queixas dos consumidores contra a Energisa devido ao aumento repentino e expressivo na conta de luz. Em alguns casos, houve aumento de 600% e a empresa culpou o calor atípico do verão. Protestos ocorreram em vários municípios.

Para averiguar se há fraude nos medidores de luz, a CPI acatou proposta de Contar e determinou a realização de perícia em 200 imóveis da Capital, que seriam escolhidos a partir das queixas no Procon. A análise será feita pelo laboratório da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos. A instituição é a melhor universidade do Brasil.

A Energisa apontou que o laboratório não tem certificado do Inmetro, uma das exigências da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). “In casu, prima facie, a Comissão Parlamentar de Inquérito, ao determinar a realização de aferição de medidores sem se preocupar quanto à acreditação do laboratório pelo INMETRO, viola a normatização federal, qual seja, a regra específica prevista no art. 137, §7º, da Resolução Normativa nº 414/2010,da Agência Nacional de Energia Elétrica, a qual prevê que a aferição de medidores ocorra em laboratórios da rede acreditada pelo INMETRO. O perigo de dano, por sua vez, decorre do risco da realização de perícia em desconformidade com os parâmetros de metrologia”, explicou o desembargador na liminar concedida há um ano.

“Defiro a liminar pleiteada na inicial para o fim de, cassando o ato impetrado, suspender a realização de perícia a ser realizada pela CPI sem a observância do disposto no art.137, §7º, da Resolução 414/2010 da ANEEL”, determinou.

A CPI da Energisa recorreu contra a liminar. O procurador de Justiça Humberto de Matos Brittes manifestou-se pela improcedência do recurso da empresa e pela liberação da perícia nos medidores de energia. O parecer do MPE foi juntado aos autos no dia 24 de junho do ano passado.

Além do agravo da Assembleia, parado no gabinete do relator desde 7 de julho de 2020, houve manifestação da Energisa no processo no dia 1º de outubro do ano passado. Os dois recursos aguardam a manifestação de João Maria Lós.

Em meio a suspeita de fraude na medição, a conta de luz deve ter reajuste em abril deste ano. A expectativa é de que o aumento seja um dos maiores dos últimos anos, penalizando ainda mais o sul-mato-grossense em meio a maior pandemia dos últimos 100 anos.

Felipe Orro e Capitão Contar tentam derrubar liminar para retomar investigação contra a Energisa (Foto: Arquivo)

fonte ojacare.com.br